sexta-feira, 29 de maio de 2009

Sardinade

Enquanto fiz o doutoramento, mantive sempre em mente a possibilidade de voltar às minhas origens. Talvez por isso não procurava grande contacto com as comunidades portuguesas no estrangeiro. Reuniões de portugueses e brasileiros, fado e samba, bacalhau e caipirinhas, cristianos e kakas, enfadavam-me. A saudade, que não é brasileira, levada ao extremo, quando eu queria era conhecer o que era novo, pesava. Por estes motivos surpreendi-me ao aceitar o convite para uma sardinhada em honra dos Santos. A sardinade como se entitulava o evento teve lugar numa sala de festas num condomínio (de luxo) perto do MIT. Foi...especial. Mal cheguei, senti logo que não pertencia ali. Ninguém falava comigo nem com o R. e pusemo-nos ali num cantinho...Passados uma meia horita lá apareceu uma cara conhecida. Um tipo que faz investigação em Harvard e que tem cerca de trinta e cinco anos, acompanhado por uma brasileira de expressão inteligente. Ele olha para mim e faz um gesto de extrema simpatia de nos apresentar à sua companheira, que com um ar ainda mais inteligente exclama: " Gente! São seus pais???". Sem comentários. A sardinha ficou-me entalada no gorgomilho...e jurei que forrós e arraiais no estrangeiro, nunca mais!

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