quinta-feira, 17 de setembro de 2009

REABERTURA OFICIAL

Apesar do meu regresso já ter sido há uns mesinhos, acho que só agora consegui voltar a abrir o blog. A verdade é que a experiência de Harvard foi e continua a ser marcante e como boa portuguesa, as saudades impedem a vontade de recordar bem os pormenores. Mas decidi hoje que ainda tenho muito a contar e portanto aqui declaro:

A REABERTURA OFICIAL DO "ENTER TO GROW IN WISDOM" !

XOXO

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Graduation Week



Durante a semana que hoje termina, decorreram as cerimónias da "Queima das Fitas" harvardiana. Os alunos do último ano, passaram a semana em celebrações várias: um jogo dos Rex Sox, uma visita a um parque temático, desporto e concertos. Aos que já me conhecem sabem que me emocionam estas cerimónias, os ciclos que terminam, os anos que se deixam para trás. E mesmo, não me dizendo respeito, fui participando naquilo que era possível e dava comigo a enxugar uma lagrimita de cada vez que amigos se abraçavam ou famílias tiravam fotos. Em particular gostei do concerto que a Banda de Harvard deu anteontem. Nela se tocaram as principais canções da Universidade e os antigos alunos juntaram-se aos novos para entoar estes canticos. Ver todos aqueles velhotes da classe de 1949 (cujo reencontro também decorreu esta semana) juntarem-se aos nosso graduados foi mesmo emocionante (desculpem lá a lamechice...).

Para terem ideia, este é o hino de Harvard:


Fair Harvard

Fair Harvard! we join in thy Jubilee throng,
And with blessings surrender thee o'er
By these festival rites, from the age that is past,
To the age that is waiting before.
O relic and type of our ancestors' worth
That hast long kept their memory warm,
First flow'r of their wilderness! Star of their night!
Calm rising thro' change and thro' storm.
To thy bow'rs we were led in the bloom of our youth,
From the home of our infantile years,
When our fathers had warn'd, and our mothers had pray'd,
And our sisters had blest thro' their tears.
Thou then wert our parent, the nurse of our soul;
We were molded to manhood by thee,
Till freighted with treasure thoughts, friendships and hopes,
Thou didst launch us on Destiny's sea.
When as pilgrims we come to revisit thy halls,
To what kindlings the season gives birth!
Thy shades are more soothing, thy sunlight more dear,
Than descend on less privileged earth.
For the good and the great, in their beautiful prime,
Thro' thy precincts have musingly trod,
As they girded their spirits or deepen'd the streams
That make glad the fair city of God.
Farewell! be thy destinies onward and bright!
To thy children the lesson still give,
With freedom to think, and with patience to bear,
And for right ever bravely to live.,
Let not moss-covered error moor thee at its side,
As the world on truth's current glides by
Be the herald of light, and the bearer of love,
Till the stock of the Puritans die.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Sardinade

Enquanto fiz o doutoramento, mantive sempre em mente a possibilidade de voltar às minhas origens. Talvez por isso não procurava grande contacto com as comunidades portuguesas no estrangeiro. Reuniões de portugueses e brasileiros, fado e samba, bacalhau e caipirinhas, cristianos e kakas, enfadavam-me. A saudade, que não é brasileira, levada ao extremo, quando eu queria era conhecer o que era novo, pesava. Por estes motivos surpreendi-me ao aceitar o convite para uma sardinhada em honra dos Santos. A sardinade como se entitulava o evento teve lugar numa sala de festas num condomínio (de luxo) perto do MIT. Foi...especial. Mal cheguei, senti logo que não pertencia ali. Ninguém falava comigo nem com o R. e pusemo-nos ali num cantinho...Passados uma meia horita lá apareceu uma cara conhecida. Um tipo que faz investigação em Harvard e que tem cerca de trinta e cinco anos, acompanhado por uma brasileira de expressão inteligente. Ele olha para mim e faz um gesto de extrema simpatia de nos apresentar à sua companheira, que com um ar ainda mais inteligente exclama: " Gente! São seus pais???". Sem comentários. A sardinha ficou-me entalada no gorgomilho...e jurei que forrós e arraiais no estrangeiro, nunca mais!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Geekdom


A Universidade de Harvard é um local mágico. O conhecimento transpira pelas paredes dos edifícios e eu transito entre um estado de iluminação e uma sensação de ignorância e humildade. Esta sensação é ainda maior dentro das várias bibliotecas espalhadas pelo campus. Mas as bibliotecas merecem um post à parte, e este serve para vos falar de um local mágico que é a livraria da Coop. Tal como o próprio nome indica, a livraria foi fundada por uma cooperativa de alunos no final do século XIX, e hoje é a catedral do livro em Cambridge. Quatros pisos de livros, uma sala dedicada a viagens, um café o estilo Starbucks, uma secção de revistas (com especialidades que o comum dos mortais nem sonha existir), e melhor do que tudo isto, mesinhas espalhadas por toda a livaria, para que as pessoas possam estudar e ler. Um sonho. Sim, sou geek e adoro!

terça-feira, 26 de maio de 2009

The one where she didn't sleep

Esta noite não dormi. Estou rabugenta como uma velha. Às quatro e meia acordei, ainda mais acordada do que estou agora. Duas reviravoltas na cama e percebi que a insónia se estava a instalar. Levantei-me para comer duas OREO e beber um leitinho, que toda a gente sabe que é remédio santo para os males de sono. Ou foram poucas as OREO ou o leitinho não tem as qualidades do nosso, às seis ainda estava acordada... Li, revirei-me e lá adormeci. Quarenta e cinco minutos...passados e ligam-me do ISEG. Pois é, aquelas almas não se lembram que aqui são menos cinco horas. E pior, nem sei quem me ligou, só que o número era do ISEG. Mas foi melhor assim...a pessoa poderia ter tido uma má recepção. Mais duas reviravoltas e voltei a adormecer. Um recorde de outros quarenta e cinco minutos... às sete e quarenta e cinco um martelo pneumático volta a despertar-me dos braços de morfeu. A praguejar, enfio uns tampões, mas nem isso...o barulho é tanto que até a cama abana. Com olheiras até aos pés, agitei a bandeira branca...Esperamos por noites melhores!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Brown University

Este fim de semana eu e o R. fomos a Providence visitar um meu caro amigo belga. Providence é mesmo aquela cidade da série de TV. Aquela com a médica que volta a casa e fazamigos...a mesma que entra no CSI. Estão a ver? Gostei. A cidade é pequena como convém. Com jardins que nos fazem corar de inveja. A universidade, uma das da Ivy League, é antiga e o campus uma sonho de recantos floridos. Chegámos no dia da Graduação e uma profusão de capas negras deu-nos as boas vindas. O meu amigo G. vive ali há alguns anos. É uma pessoa deliciosa, que toca piano e tem uma gata espertíssima. A sua casa respira conforto e por momentos, só me apetecia aninhar-me nos cobertores que tinha no sofá e ficar assim. Porque essa é a minha ideia de felicidade: uma terra pequena e um cobertor farfalhudo, será assim tão difícil?

Harvard Business School

Desde que voltei de Portugal que se abriu um novo mundo aqui em Cambridge. A J. mostrou-me o caminho do bem, que é como quem diz o caminho da Harvard Business School. A Business School é uma das mais prestigiadas escolas de Harvard, considerada a melhor escola do mundo para gestão. Isto implica ou é equivalente a ter montes de dinheiro, pilim, massa, cacao, papel. Sim, são ricos: a sala de estudo tem sofás de pele e várias lareiras, a sala de convívio tem oito...sim! oito televisões plasma, e a cantina tem, contemporâneamente, um chefe italiano, um chinês e um grego, um gourmet de saladas e sandwiches e um mestre de sushi...Ah, e a zona das sobremesas parece saída das melhores pastelarias parisiences. Tudo isto se completa com uma esplanada ao estilo Palácio de Buckingham. É de ficar sem palavras. Além de tudo isso, as pessoas são simpáticas, convidam-nos para tomar café e lanche e há sempre um termo de café à disposição na sala dos professores...sim, porque toda a gente sabe que um matemático é uma máquina que transforma café em teoremas...!
O único senão da HBS é ficar a dois quilometros e meio de casa...mas serve de exercício!