segunda-feira, 30 de março de 2009

Um bocadinho de Portugal

Dos meus tempos de emigrante na Bélgica ficaram algumas marcas: a emoção de ver uma bandeira portuguesa à janela, o sabor dos pastéis de bacalhau do Sr. Joaquim, o dono do café Régua, as músicas do Quim Barreiros e do Tony Carreira. Dos meus tempos de emigrante ficaram as viagens ao café Lisboa, rival do Café Porto, em Notting Hill, só para comer um pastel de nata. Dos meus tempos de emigrante ficou a alegria das pequenos sinais da Lusitânia em terras longínquas. Ora, é bem verdade que Portugal é país de emigrantes, e eu já sabia que seria fácil encontra-los em New Jersey, ou que havia uma grande comunidade de luso-descendentes em Provincetown (cliquem aqui para uma coisa surpreendente...). Agora que Somerville fosse terra de portuguesas...essa é novidade. Desde estátuas da Nossa Senhora de Fátima no jardim, aos azulejos do Senhor Santo Cristo....já vi de tudo. Estas são algumas fotos que tirei en Inman Square (mais ou menos o Soho aqui da zona).















À esquerda, um restaurante e à direita a concorrência (será um franchisado da Cervejaria???)















Aqui temos a Igreja de Santo António e pasme-se, a Filarmónica Santo António, que espero esteja já a preparar o repertório para os Santos Populares!
Os santinhos (e vestidos de comunhão) vêm desta loja cuja montra vos mostro aqui em baixo! A mesma que vende os fantásticos CD de grandes sucessos da música nacional.















Alimentado o corpo e o espírito neste regresso às terras de Portugal, não podemos esquecer o nosso lado material! E para isso cá temos o Banco.












Esta visita fica completa com uma instituição muito especial, a que reúne todos os bigodes tugas da região. O único lugar onde é natural ouvir Atão Manel, como é a life? Beautiful?...Go Faialense!!!

sábado, 28 de março de 2009

Semaninha....

Esta semana foi o Spring Break. Os meus colegas aproveitaram para ir até paragens mais quentes, enquanto eu fiquei aqui a ver se terminava uns artigos. Este era o meu objectivo. É claro que o que aconteceu foi que o Spring Break foi um Total Break...um eye-break, um computer-break, um ipod-break e um internet-break. Se juntarmos a todas estas avarias 3 lampadas fundidas percebemos que a semaninha podia ter sido melhor...Felizmente está a acabar e uma coisa é certa: a próxima semana só pde ser melhor!

quarta-feira, 25 de março de 2009

Olho recuperado...computador avariado!

Ora bem, começo a achar que o universo me quer fechadinha em casa... Depois de ter recuperado o meu olhito esquerdo, avariou-se o carregador do computador. Faz mau contacto e funciona só numa posição. Nem me atrav0 a mexer-lhe. Conclusão...não posso ir trabalhar para lado nenhum. Resta esperar que chegue o novo carregador que encomendei no e-Bay. Entretanto...vou ficando por casa.

XOXO

terça-feira, 24 de março de 2009

Olho...

Com tantas coisas para contar de Harvard e de Boston, aquilo que vos conto hoje é decerto o menos interessante. Estou de molho. Hoje não há investigação, nem filmes, nem TV, nem livros. O meu olho esquerdo avariou-se. Provavelmente devido a uma ou mais das seguintes opções:

1) uso excessivo do computador
2) leitura excessiva
3) picada de insecto
4) pressão devido à mascara para dormir.

Pois, hoje de manhã acordei com uma dor no olho e não conseguia focar. Já me estava a ver com uma pala à pirata. Durante o dia foi melhorando (fui à farmácia buscar uns pingos...) Mas ainda assim é um dia chato à brava. Nem posso ir dar um passeio porque está um frio de rachar. Em resumo: estou aborrecida. Vou ao The Biscuit beber um chocolate quente.
XOXO

sábado, 21 de março de 2009

Attila Ambrus - Encontro 1

No dia após a minha chegada a Cambridge, tinha um almoço marcado com o meu patrocinador aqui: Attila Ambrus. Se quiserem saber quem é vão o google...não, não é o "famous hungarian robber" que aparece logo em primeiro lugar...esse está bem longe numa prisão de alta segurança, é o tipo com um sorriso simpático que aparece como professor associado na universidade de Harvard. Estava um bocadinho nervosa, com ansiedade de performance: "e se ele pensa logo que eu sou burra?..." Bom, mas estava combinado e lá fui eu. O Attila é um tipo simpático, um inglês impossível de compreender, mas simpático. Aqui não se perde tempo. A primeira pergunta é: "so, what do you research on?". É uma boa pergunta. É uma pergunta à qual eu não sei responder desde que estou no ISEG. Faço investigação em cenas...assim...das empresas...Bom, aqui essa resposta não serve...O almoço com oAttila foi breve, mas deu para perceber que aqui "they mean business!". E eu tenho que pedalar!

XOXO

quinta-feira, 19 de março de 2009

Máquina de lavar

Lavar a roupa não é uma tarefa interessante. Mexer na roupita suja, dividir as cores, e sobretudo esperar que a máquina acabe de lavar. É aborrecido. Tirar a roupa da maquina e estende-la é chato. Mas chega um dia em que tem de ser feito (quando se está fora, esse dia é o dia em que se vê o fundo à gaveta das meias ou das cuecas...) Pois é, o dia chegou ontem e depois de muito bufar e adiar, lá tive de me render à evidência de que tinha de lavar a roupa. A escura - pensei eu - ainda não tenho branco suficiente para uma lavagem. E assim foi. Entrei na lavandaria (sim, eu tenho uma lavandaria!) e dediquei-me a ler o livrinho de instruções da máquina de lavar e da máquina de secar. Qual não foi o meu espanto quando percebi que o ciclo maior durava 15 minutos. 15 MINUTOS!!! Bom, lá fiz a minha lavagem que durou ainda menos. Acabada a lavagem, pus tudo na secadora que demorou uns 20 minutos. Tudo somado três quartos de hora e tinha tudo lavadinho. AMEI! Estou rendida. Mas como é que alguém vive sem estas máquinas?

quarta-feira, 18 de março de 2009

O efeito nocivo dos After Markets

Nos EUA é possível comprar e vender tudo em segunda mão. Há muitas maneiras de o fazer e a mais fácil é recorrer ao Craig's List, um site em que as pessoas anunciam as suas quinquilharias. E não só, também é um site de encontros; de arrendamentos e de emprego. Bom, desde que encontrei o meu cantinho de Beacon Pl no site que fiquei fã.

A minha última aquisição foi uma impressora. A dita custou-me $10 e está em perfeitas condições. O vendedor, um aluno de doutoramente em electrotecnia no MIT. Um cromo.

Bom, contentíssima com a minha aquisição lá me dirigi à Staples, para comprar cartuchos e papel. Mal me tinha eu lembrado de um princípio básico da economia industrial. O malfadado príncipio dos aftermarkets.

Para quem, por sorte do destino não sabe que príncipio é esse, aqui fica: quando se vende um produto durável (a dita impressora) que utiliza consumíveis exclusivos (os cartuchos), a forma de maximizar o lucro é: cobrar pouquinho pela impressora e muitíssimo pelos cartuchos.

E assim lá paguei $60 em cartuchos! Malditos Economistas! Malditos After Markets!

terça-feira, 17 de março de 2009

U2 em Somerville



Não sendo uma grande fã dos U2, gosto de algumas das músicas. O último album foi lançado há pouco tempo e os críticos e conhecedores dizem não trazer muito de novo à discografia da banda. Eu cá não sei, sei que na semana passada os U2 actuaram nem mais nem menos do que no Teatro de Somerville. Para quem está distraído, Somerville é a localidade onde vivo aqui em Boston. Pois é: escolheram o teatro de Somerville com apenas 9000 lugares para apresentar ao vivo o seu último trabalho. É claro que a excitação foi imensa e os poucos convidados para assistir ao concerto foram aliciados com centenas de dólares pelo seu lugar. Um bilhete chegou a custar $12000! É preciso ser fã! Eu cá, fiquei em casa.

XOXO!

domingo, 15 de março de 2009

CIF e Colheres de Sopa

Ora bem, para quem achava que os EUA eram a meca do desenvolvimento., desengane-se. Aqui a vida quotidiana ainda é como em Portugal nos anos 80: os produtos no supermercado são etiquetados à mão (quem é que não se lembra das etiquetas amarelo-fluorescente, que nos indicavam quantos escudos nos custava o produto?); o pão é embrulhado em papel pardo (e não há cá pinças nem saquinhos de plástico...vai mesmo à mão (ai a ASAE!). Pior, nos anos 80 em Portugal, já se tinha inventado um produto essencial que hoje em dia ainda não existe nos EUA: o CIF. Quem alguma vez tenha tido que limpar uma casa de banho ou uma cozinha, sabe que o CIF é mais do que essencial. É imprescindível. Cá não há. Será que não limpam. Mantém-se a dúvida.

Daqui às colheres de sopa, vai um salto aparentemente ilógico. Mas não é: colheres de sopa - também não há, nem de plástico, nem na cantina, nem em lado nenhum. Conclusão...há três dias que como a canja com colher de sobremesa.

Aos primeiros convidados, avisa-se: esta casa tem uma política de BYOS (que é como quem diz em "amaricano": bring your own spoon!)

sábado, 14 de março de 2009

The Biscuit


Para os seguidores da série Ally McBeal passada em Boston, The Biscuit tem um significado especial. Era a alcunha de John Cage, o bizarro e adorável amigo de Ally e a sua mais declarada alma gémea.

Até ontem, para mim, The Biscuit era aquele advogado brilhante, com todas as suas manias e tiques, que conseguia derrotar de forma muito pouco ortodoxa os seus adversários em tribunal.

Hoje The Biscuit é a padaria/pastelaria mais adorável que conheci! E é mesmo ao lado da minha casa! Tem um pão que parece saído dos fornos das nossas avós e é gerido por miúdos da nossa idade. Não consigo lembrar-me de um trabalho mais recompensador. Nem de scones melhores!

Mais vantagens, as pessoas vão para ali trabalhar e ler. Acho que vai ser um dos meus cantinhos enquanto aqui estiver.

quarta-feira, 11 de março de 2009

A cantina do Harry Potter

Ontem fui finalmente à universidade e a emoção era grande.Tão grande que, mesmo tendo o mapa me perdi várias vezes. Na maioria dos casos, porque me distraía a olhar para os edifícios e para as pessoas. O edifício que me aparecia indicado no mapa como sendo o departamento de economia, acabou por se revelar a cantina da faculdade. Quando entrei acho que até me tremeram as pernas de excitação. Parecia que estava na cantina do Harry Potter, e que tinha entrado no mundo mágico de Hoggwarts! Fica a foto que não me deixa mentir.

terça-feira, 10 de março de 2009

22 Beacon Place, Somerville.


Casa é onde penduramos o chapéu. Ontem depois de doze horas de viagem cheguei finalmente ao destino. Não consegui ir dormir sem arrumar todas as minhas coisas. Casa é onde penduramos o chapéu e o meu ficou logo pendurado.

A casa é um mimo. Tudo novo, alegre e cheio de bom-gosto.

Aqui à esquerda está o meu quarto, grande e luminoso! E à direita é a sala (que confesso estar muito mais arrumada na foto do que na realidade) !

Fica o convite feito, não faltam camas para convidados!

segunda-feira, 9 de março de 2009

O salto

Há uma semana que não durmo mais do que quatro ou cinco horas por dia. Felizmente chegou o dia da viagem. Ontem à noite tive o meu momento "mas porque é que eu me meti nisto". Chegaram-me a faltar as forças e lá choraminguei um bocadinho. Mas foi só um momento, uma mariquice. Passar quatro meses em Harvard vai ser a melhor coisa que decidi fazer nos últimos tempos. É claro que assusta. Alguém me disse que todos nós atingimos, mais cedo ou mais tarde o nosso nível de incompetência. Vamos subindo e saltando barreiras até que um dia a barreira é demasiado alta e ficamos por aí. Na maioria dos casos continuamos a ver pessoas que saltam essa barreira. E outras que nem sequer tentam. Desta vez a fasquia está alta. Harvard. A meca da investigação em economia. Agora é tomar balanço e dar o salto.